O Coaf julgou 32 processos envolvendo empresas que são obrigadas a alertar o órgão caso identifiquem movimentações financeiras com indícios de crimes. A maior multa foi direcionada a uma empresa ligada a investigações de supostos esquemas do empresário Ricardo Magro, apontado como o maior sonegador do país. A segunda maior sanção foi aplicada à controladora no Brasil da Louis Vuitton, empresa de artigos de luxo, e também foi multada uma revendedora de carros esportivos importados.
O Coaf, vinculado ao Ministério da Fazenda, tem como função principal elaborar relatórios de inteligência sobre transações financeiras suspeitas, repassando-as às autoridades competentes. Os dados fornecidos para esses relatórios são enviados por diversas entidades, como bancos, cartórios, joalherias, entre outros, que são obrigados por lei a comunicar movimentações financeiras que sugiram lavagem de dinheiro.
Além de elaborar relatórios, o Coaf também é responsável por julgar e aplicar punições a empresas que deixam de comunicar operações suspeitas. As multas tendem a ser proporcionais ao valor das transações não comunicadas. As empresas punidas têm a possibilidade de recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, segunda instância para tais punições.
Dentre as multas aplicadas, destaca-se a empresa Yield Financial Services, que recebeu a maior sanção do ano, de R$ 20 milhões, por omissão de transações suspeitas de R$ 4,3 bilhões em 2016. Outras empresas, como a Louis Vuitton e a loja de carros de luxo 4 Boss, também foram multadas em valores significativos.
A reportagem entrou em contato com as empresas multadas, mas até o momento da publicação deste texto, não houve manifestação por parte delas. O espaço permanece aberto para futuros esclarecimentos.