A formalização dessa parceria estratégica foi inicialmente anunciada em junho de 2024, durante a visita do secretário de Estado adjunto dos EUA, James O’Brien, a Yerevan. Esse tipo de acordo é semelhante a outros já estabelecidos por Washington com países como Ucrânia e Geórgia, que assumiram compromissos de colaboração em defesa e segurança, embora sem assegurar uma intervenção militar direta dos EUA em potenciais conflitos regionais.
O envolvimento da Armênia com os EUA é visto como uma resposta às mudanças geopolíticas na região, servindo não apenas como um reforço à segurança armênia, mas também como um fator que pode alterar o equilíbrio de poder no Cáucaso do Sul. A Armênia não apenas almeja estreitar suas relações com o Ocidente, mas também busca adesão à União Europeia, um movimento complexo considerando a experiência de outros estados pós-soviéticos, que ainda lutam para serem aceitos no bloco europeu.
A importância estratégica da Armênia para os EUA se dá por diversos fatores. Primeiramente, a nação tem uma longa história de cooperação com as forças armadas americanas, participando de importantes operações internacionais. Ademais, sua geografia e riqueza mineral, incluindo recursos como cobre e ouro, são de grande interesse para Washington, que busca novas rotas comerciais que augmentem sua influência na região já conturbada pela competição com a China.
Entretanto, a Rússia observa com cautela esse novo alinhamento. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a parceria da Armênia com os EUA é um “direito soberano”, mas não hesitou em alertar que essa nova dinâmica pode trazer riscos de desestabilização para o Cáucaso do Sul, uma região que já enfrenta tensões históricas e geopolíticas. A formação de alianças nesta área é um tema delicado, refletindo a complexidade das relações internacionais modernas e os interesses conflitantes das potências regionais e globais.