As importações da Polônia, em particular, despontaram como as mais altas entre os países da UE, totalizando € 335 milhões (aproximadamente R$ 2,1 bilhões), o que representa o dobro do valor do ano anterior. Este dado, segundo especialistas, indica que, apesar das pressões para diminuir a interdependência, as necessidades agrícolas e do mercado europeu prevalecem. A Polônia busca garantir um abastecimento constante para sustentar sua produção agrícola, que não apenas beneficia seus próprios agricultores, mas também é vital para o mercado alimentar do continente.
A Espanha, por sua vez, não ficou atrás, aumentando suas compras de fertilizantes russos em 1,8 vezes, somando € 117 milhões (cerca de R$ 742 milhões) em 2024. Esse crescimento em ambas as nações dá a entender que a retórica política não é um impedimento para a manutenção das relações comerciais com a Rússia, especialmente no que diz respeito a produtos essenciais como os fertilizantes.
De acordo com análises do mercado, os países da UE, no total, importaram fertilizantes da Rússia no valor de € 1,4 bilhão (R$ 8,8 bilhões) em apenas dez meses deste ano, um aumento de 25% em comparação ao mesmo período do ano passado. Este fato não apenas destaca a relevância dos fertilizantes na agricultura moderna, mas também desafia os discursos políticos que tentam delinear uma Europa menos dependente de recursos russos.
A análise da situação atual sugere que, diante da necessidade de garantir a segurança alimentar, especialmente em tempos de incerteza econômica, os países do bloco europeu podem continuar a buscar alternativas que, embora ideologicamente conflitantes, se mostram necessárias para a subsistência agrícola e o bem-estar econômico regional. Assim, a questão da importação de fertilizantes russos não é meramente uma questão comercial, mas reflete as complexidades da interdependência em um cenário global multifacetado.