Sem mencionar diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente impôs taxas a vários países, Marina Silva fez uma crítica velada ao protecionismo, alertando que a introdução de taxações sobre importações pode deslocar recursos destinados ao combate às mudanças climáticas e à proteção da biodiversidade. Ela ressaltou que esse tipo de postura mina a cooperação internacional e prejudica a confiança entre os países.
Por outro lado, a ministra destacou o potencial do BRICS para liderar a transição ecológica mundial. O bloco, composto por Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul e outros países, representa cerca da metade da população mundial e 39% do PIB global. Marina Silva enfatizou que os países do BRICS são espaços propícios para a inovação e ricos em diversidade cultural e recursos naturais.
As discussões dos países do BRICS sobre meio ambiente abordaram temas como desertificação, degradação de terra, preservação dos ecossistemas e ações conjuntas para combater a poluição. Apenas Brasil e Emirados Árabes Unidos apresentaram metas de redução de emissões de gases do efeito estufa, com o Brasil se comprometendo a diminuir entre 59% e 67% as emissões até 2035.
Com o Brasil assumindo a presidência do grupo com o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o foco está em promover parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. O BRICS busca fortalecer a cooperação em diversas áreas e melhorar a representatividade dos países do Sul Global em instâncias internacionais, como a ONU, o FMI e a OMC.
Em suma, a ministra Marina Silva reforçou a importância da cooperação internacional e do engajamento conjunto para enfrentar desafios ambientais e promover um desenvolvimento sustentável. O BRICS surge como um ator relevante nesse cenário, contribuindo para a construção de uma governança global mais inclusiva e eficiente.