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Lula e Trump Iniciam Reaproximação com negociação de tarifas na Malásia

Por Redação com informações do Metrópoles
Publicado em 26/10/2025 às 11:34
Lula e Trump Iniciam Reaproximação com negociação de tarifas na Malásia
encontro durou cerca de uma hora e marcou o início da reaproximação entre os países e o pontapé para negociação sobre o tarifaço imposto por Washington a produtos brasileiros. @ricardostuckert

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tiveram um encontro bilateral de cerca de uma hora em Kuala Lumpur, na Malásia, neste domingo (26/10). A reunião, ocorrida à margem da 47ª Cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), marcou o início da reaproximação entre os países, focada na negociação sobre as tarifas de importação impostas por Washington a produtos brasileiros (o "tarifaço").

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Ambos os chefes de Estado demonstraram uma postura pragmática e otimista. Trump sinalizou a possibilidade de reduzir algumas tarifas logo após esta primeira conversa. “Acho que vamos conseguir fazer alguns acordos muito bons que estamos discutindo, e eu acho que vamos acabar tendo um relacionamento muito bom”, disse o líder americano, que também expressou ser "uma grande honra estar com o presidente do Brasil".

Lula, por sua vez, defendeu que não há divergência grande o suficiente para não ser resolvida e que não há motivos para desavenças com os EUA. O presidente brasileiro solicitou a suspensão imediata das tarifas como um gesto de início das negociações. Ficou acertada uma reunião ainda neste domingo entre o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o que pode resultar na suspensão ou redução das taxas para certos setores.

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O diálogo ocorreu a portas fechadas no que foi considerado um "terreno neutro" para o encontro, contando com a presença de ministros e secretários de Estado de ambos os lados. Pela delegação brasileira, estavam Mauro Vieira e o secretário-executivo do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa. Pela americana, participaram Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o secretário de Comércio, Jamieson Greer. Em um momento de descontração, Lula mencionou a extensa agenda de assuntos a serem discutidos, mostrando a pauta por escrito e em inglês.

Contexto e Bastidores

A Casa Branca impôs a taxação de 50% alegando suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trump. O nome de Bolsonaro foi citado brevemente em um questionamento da imprensa antes da reunião; Trump elogiou o ex-aliado, mas não deu sinais de que faria dele um ponto central nas negociações. O governo Lula, por outro lado, acredita que o tarifaço foi adotado devido a informações incorretas de aliados de Bolsonaro e busca "recolocar a verdade na mesa" e apresentar contra-argumentos às punições americanas a ministros do governo e do STF.

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Na véspera do encontro, Lula já havia defendido em eventos na Malásia e Indonésia a busca por alternativas ao dólar nas negociações comerciais e reafirmou a disposição para o diálogo. “Se eu não acreditasse que é possível chegar a acordo, eu não faria reunião. Se o presidente Trump quiser discutir qualquer outro assunto, Rússia, Venezuela, estou aberto a discutir qualquer assunto. Não existe veto a nenhum assunto”, havia declarado.

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