PF indicia Jair e Eduardo Bolsonaro por obstrução de justiça e conduz Silas Malafaia para depoimento

Em uma escalada da mais grave crise política e jurídica envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal (PF) o indiciou, juntamente com seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelo crime de obstrução de justiça. A informação foi confirmada na tarde desta quarta-feira (20).

A ação é um desdobramento do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e investiga a trama para um golpe de Estado que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023. Simultaneamente ao indiciamento, a PF deflagrou uma nova fase da operação e cumpriu um mandado de condução coercitiva contra o pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados do ex-presidente, que foi levado para prestar depoimento na sede da PF no Rio de Janeiro.

A Acusação de Obstrução

Segundo fontes da PF ouvidas pela reportagem do MCZ1, o indiciamento se baseia em evidências de que Jair e Eduardo Bolsonaro teriam atuado para criar e disseminar informações falsas sobre o trabalho da própria Polícia Federal e do Judiciário, além de terem tentado combinar versões com outros investigados para atrapalhar o andamento das apurações.

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O papel de Silas Malafaia, segundo os investigadores, seria o de usar sua influência e sua estrutura para financiar e amplificar os ataques às instituições e as narrativas que visavam obstruir a Justiça.

O que significa o indiciamento?

O indiciamento é o ato pelo qual a autoridade policial, neste caso a PF, formaliza sua convicção de que há provas de que um crime foi cometido e aponta quem são os supostos autores.

Com o fim do inquérito policial, o relatório final da PF será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresenta uma denúncia formal contra os indiciados ao STF. Caso a denúncia seja aceita pelo Supremo, eles se tornarão réus em uma ação penal.

Outro Lado

A defesa da família Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a operação desta quarta-feira. Em ocasiões anteriores, sempre negaram as acusações, afirmando que são vítimas de "perseguição política" e que o inquérito é "ilegal e parcial". Esta matéria será atualizada assim que houver um posicionamento.